sexta-feira, 28 de junho de 2013

As sequelas da greve dos médicos em Moçambique


As sequelas da greve dos médicos em Moçambique


Foram mais de quatro semanas de muito sofrimento e as sequelas são irreparáveis. Quem poderá repor as vidas perdidas? Jamais serão repostas. 

A profissão do médico é de longe considerada nobre e considero legítima essa designação, tendo em conta que lidam diariamente com o bem mais precioso da humanidade, a vida. Contudo, eles não são os únicos que lidam directamente com vidas humanas e que no exercício das suas actividades correm risco de vida. Quantos são os policiais que perderam a vida em virtude do seu trabalho? Perder a vida é o extremo, mas quantos tiveram suas vidas transformadas (ameaças, intrigas, etc)…em países como os Estados Unidos da América o médico é financeiramente estável, isto porque o governo norte americano reconhece que essa profissão seja nobre, sendo os serviços de saúde também muito caros. Comparar a situação económica dos EUA com a de Moçambique pode-se considerar ridículo! Mas o certo é que independentemente da situação financeira do nosso Moçambique, o médico deve ser “bem” remunerado, já sabemos do que eles são capazes!
O grito dos médicos é legítimo, as condições nas quais eles trabalham estão longe de ser compensadas pelo salário que aferem, mas a questão principal é: como é feito o grito?
  • Será passem por cima de quem for preciso para alcançarem os seua objectivos?
  • Será que vidas devem ser sacrificadas para que  a situação financeira do médico seja a desejada? E depois do objectivo alcançado, serão concertados os danos? Sendo Moçambique um país africano (onde reina também a magia negra), existirá uma forma de trazer de volta os que terão partido? Tudo indica que o médico não está preocupado com as consequências das suas acções, pelo menos não com todas.

Atribuo total legitimidade a greve dos médicos, somos livres para lutar pelos nossos direitos, mas será que paralisando as actividades estarão a pressionar o governo? Não é meu objectivo atacar qualquer que seja o grupo envolvido nesta greve, mas quem são os membros do governo que frequentam os hospitais públicos? No fundo, não é o governo que sai-se lesado, mas sim o cidadão ordinário que precisa dos serviços públicos de saúde.


 
O governo não é directamente afectado pela greve, os serviços de saúde para este grupo, serão sempre garantidos, isto porque não dependem dos serviços internos do país.

Como sempre, sobra para a população, que depois de resolvida a situação entre os “nobres” profissionais e o governo, terá as cicatrizes da greve estampadas nas suas vidas para sempre!

Onde estão a ética e a moral do nobre profissional? Que abandona o seu doente pensando estar a pressionar um grupo que em nenhum momento é lesado; que usa o seu paciente para chantagear o governo: “enquanto o governo não faz o que queremos, não cuidamos de nenhum doente”; que cai no egoísmo de colocar vidas em risco (até mesmo de perdê-las) por um aumento salarial (de 100%).

Questiono a actual nobreza da profissão e sugiro que os médicos vindouros encontrem outras formas de clamar pelos seus direitos, respeitando sempre os princípios de ética e moral que regem esta profissão, respeitando vidas! Do contrário, desista da profissão o mais rápido possível.

Mudança de comportamento por parte dos médicos

Parou a greve! Apesar do salário não ter registado nenhum aumento, os médicos voltaram aos seus postos de trabalho, segundo eles, a mudança de atitude deve-se aos incansáveis apelos da população, a qual clamava por “socorro”. Para a alegria dos cidadãos, voltamos a ter assistência médica.

Contudo, nem tudo está resolvido. Os médicos fizeram menção a qualidade do trabalho levado a cabo por um profissional desmotivado, frisando a existência de consequências (negativas) que advém da desmotivação. A motivação é que garante a qualidade de qualquer trabalho, isto porque o profissional motivado busca constantemente a perfeição, procura fazer o seu trabalho da melhor forma possível.

Como serão os serviços de saúde de hoje em diante? Mesmo sem saber quais são as consequências que poderão advir da desmotivação dos médicos, algo avanço: a população poderá senti-las na pele!

Será que aproxima-se a era do “salve-se quem puder”!?

Fica esperto!

quarta-feira, 26 de junho de 2013

A personalidade é como uma gravidez


"A personalidade  é como uma gravidez, não se pode esconder ou camuflar para sempre…"
 
 

 


Dizia um amigo! O certo é que todos os dias sentimo-nos chocados diante das acções de um amigo, parceiro, de um familiar, de um simples conhecido, enfim, de todos que fazem parte directa ou indirectamente das nossas vidas.

Ao conhecermos alguém, mesmo que por alto, temos sempre as primeiras impressões acerca da sua pessoa (a Nanda é simpática…O Mário é gentil...), certas ou não, o facto é que elas existem porque atributos nunca faltam ao ser humano.

Nada mau em atribuir determinadas características à alguém, mas e quando estamos errados? sim aparece o choque!

Na amizade: é constante que num grupo de amigas (duas ou mais) um dia se ouça a frase “eu pensei que ela fosse minha amiga, nunca imaginei que ela pudesse- me trair de tal forma”.

No romance: todo o namoro é quase sempre um “mar de rosas” (no início), com o tempo as rosas vão diminuindo-se (as razões podem ser várias, mas não são agora o foco). Chega o casamento (muita felicidade “este é o homem que eu pedi a Deus; esta é a mulher da minha vida”), algum tempo depois: violência, desrespeito, etc. 

Mulher – “ele foi sempre tão carinhoso comigo, nunca passou-me pela cabeça que ele fosse um monstro, se eu soubesse que ele era violento não me teria casado com ele”.

Algumas pessoas conseguem, durante anos, ser algo que não são, vestem máscaras que as fazem alcançar alguns objectivos. Meta alcançada, a máscara não mais é consistente e há o inevitável choque de quem julgava conhecer o indivíduo em causa.  

Na sograria: é comum que uma mulher, ainda no namoro, seja muito prestativa ao chegar à casa dos futuros sogros… ela tende a ocupar-se com trabalhos domésticos, tentando causar uma boa impressão. O facto é que primeiramente o seu objectivo será alcançado, mas com o passar do tempo (se o objectivo era só impressionar), a máscara da “nora ideal” vai cair.

-“não sou escrava de ninguém, estou cansada de ocupar-me sempre de tudo”.

Essa mulher esquece que já construiu uma impressão na mente dos sogros, os quais ficam chocados quando ela muda de atitude.

Porquê tentar fazer com que as pessoas admirem e respeitem algo que não somos? Muitas vezes não vale a pena, porque o nosso verdadeiro ser sempre é transparecido.

Mídia: há anos foi reportada a notícia de que o cantor moçambicano, Tabasil, teria agredido violentamente a sua parceira. Seus fãs ficaram chocados, num país em que a violência doméstica é repudiada, como pode um cantor que julgamos ético e bem informado agir de tal forma? Mas, uma surpresa mundial foi a agressão cometida pelo cantor americano Chris Brown, contra a sua ex-namorada, também cantora, Rihanna. Chris, um jovem que sempre encantou milhares de pessoas universalmente, protagoniza um acto condenável…

O que as pessoas perguntam-se nesses casos é: mas como isso foi acontecer, essas pessoas não pareciam agressivas (de acordo com as ideias construídas acerca delas).

Em todos os casos em que alguém é atribuído certas características, sejam elas positivas ou negativas, se elas não correspondem a realidade, mais cedo ou mais tarde, o real virá a tona.

-A gravidez não é evidente nos primeiros dias de gestação; a personalidade pode ser camuflada durante muito tempo;

-Apesar da barriga não estar grande há sempre sintomas e /sinais da gravidez; apesar de camuflada, há sempre rastos da real personalidade;

-A barriga sempre cresce; a personalidade sempre vem à  tona…

É verdade que a pessoa pode mudar ao longo do tempo, mas algumas características estão sempre presentes, só devem ser enxergadas. Então não transforme tudo em surpresa…

Fica esperto!