terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Depressão pós-traição



Triste...


A resposta depressiva tem sido muitas vezes originada por casos de traição entre casais. Apesar de ter-se a consciência de que todo o ser humano é susceptível à traição, nunca se está preparado para enfrentar uma situação deste género.
É muitas vezes complicado e embaraçoso compreender como alguém que nos diz amar, (respeitar, admirar, etc…) acaba nos passando para trás, fazendo algo de que tem consciência que magoaria o parceiro/a. Tudo parece não ter nexo, mas acontece. Mesmo gritando amor e ternura para o parceiro, a pessoa pode ser estimulada por forças externas a viver outras aventuras.
Os acontecimentos da vida têm sempre uma razão, infelizmente nem sempre a razão é evidente. Parto do princípio que a traição é um sinal de que algo não vai bem na relação, mesmo que seja difícil identificar o pivô do problema, ele existe.

Culpados?
-Ambos (parceiro e parceira). É verdade que muitas vezes quem trai acaba sendo responsabilizado pela dor e tristeza que advém da traição, mas deve-se também pensar que algumas pessoas traem devido a existência de necessidades afectivas básicas, ou seja, buscam fora o que não conseguem ter dentro da sua relação. Por essa razão a vítima da traição pode ter a sua parcela de culpa. Porém, procurar o culpado não ajuda a mudar a reacção depressiva da vítima.

O que sente a vítima?
- Dor;
-Tristeza;
-Desespero;
-Confusão mental – baixa concentração; insónia;
-Baixa auto-estima (sentimento de incompetência e de inferioridade);
-Falta de interesse pela vida e/ou pelas actividades favoritas e, em casos extremos idealiza o suicídio.

 
Estes são sentimentos que geralmente caracterizam a reacção depressiva (tecnicamente chamada depressão reactiva), os quais são fisiológico e psicologicamente inevitáveis.
Contudo, nem todo o mudo que passa por uma situação de traição desenvolve a reacção depressiva, isto porque os indivíduos reagem de forma diferente diante de um determinado acontecimento. Enquanto há quem fica dias ou meses deprimido, há quem sente um desejo profundo de vingança (muitas vezes protagonizando um acto semelhante).



As consequências da depressão pós-traição fazem-se sentir em todas as áreas de actuação da vítima – no campo familiar, profissional e social; porque a pessoa torna-se improdutiva e “uma morta viva”.
Infelizmente na sociedade moçambicana muitas questões relacionadas ao bem-estar (psicológico) do cidadão ainda são negligenciadas. Mas, aqui vai o meu apelo: somos todos humanos e vulneráveis, mas pense sempre no seu parceiro/a antes de traí-lo/a. Uma conversa, muita amizade, companheirismo podem ajudar-lhe a amar no verdadeiro sentido (subjectivo!) da palavra…quem ama não deve magoar, mas sim respeitar, acarinhar e ser leal ao parceiro. Se o amor esfriou, então reactive-o ou tenha a honestidade de poder dizer ‘foi bom enquanto durou, mas não dá mais’, assim a relação termina com dignidade!

“Não faça com outrem aquilo que não deseja que façam consigo”!

Fica esperto!