"Chorei por não ter sapatos de marca, mas vi um homem
agradecendo à Deus mesmo sem ter pés; queixo-me por Deus não me ter dado olhos
azuis, mas vi um cego dando graças a Deus pela luz que ilumina um novo dia;
fico com raiva quando me desloco a pé e me canso, mas vejo pessoas acelerando
felizes nas suas cadeiras de rodas; ganho preguiça de levantar da cama,
enquanto existem pessoas lutando para sair duma cama de hospital; parei para
reflectir e vi que devemos agradecer à Deus por cada coisa que temos, seja ela
nos momentos maus ou bons, pois existem pessoas passando por piores
dificuldades nesta vida…”
Dou a mão à palmatória para
o autor do trecho supracitado. Está-se num período da vida em que todo o
indivíduo deseja o bem-estar, a satisfação da vida, mas como a felicidade
envolve muita subjectividade, isto é, ela é alcançada de acordo com a percepção
que cada indivíduo tem em relação ao ser feliz, ela torna-se vasta
(multifacetada). A satisfação da vida provém de diferentes factores: há quem
considera-se feliz porque é estável financeiramente, por outro lado a quem
diz-se feliz por ter uma família, etc. Psicologicamente falando, é normal que
as pessoas obtenham felicidade de diferentes fontes, afinal “cada pessoa é uma
individualidade”. Porém, tem-se observado que a cada dia que passa as pessoas sinonimam
a felicidade a coisas materiais e /ou ao que não têm, deixando de dar valor há
muitos aspectos positivos de suas vidas. É como se as barreiras para o alcance da
felicidade estivessem a ser plantadas.
Há necessidade de parar e reflectir em relação ao real significado
de felicidade, será que ela está baseada no mundo materialista? Será que ela só
é alcançada quando se pode ter o que não se tem? Porque que é que o sinónimo de
felicidade não se torna – tudo que cada indivíduo possui?
Não quero com as questões acima dizer que até o que traz dor deve
ser felicidade, mas que deve-se ter uma postura diferente em relação às situações/condições
e acontecimentos da vida. Ninguém é totalmente desprovido de factos positivos
de vida, “Deus dá o frio conforme o cobertor”. Desde que a vida é vida,
viver significa vivenciar situações diversas agradáveis e por vezes dolorosas,
querendo com isto dizer que sempre haverá uma pedrinha no sapato, então
o bem-estar/ felicidade está nas mãos de quem vive. Não se deve ter receio
de ser feliz mesmo fazendo face à problemas do quotidiano.
Saiba valorizar o que tem, poderia ser pior; não adie a felicidade;
seja feliz a cada segundo!
Fica esperto!