Valores morais designam o certo e o errado. Eles existem desde o surgimento
das sociedades, o que significa que são uma componente importante na estrutura
de qualquer sociedade. Toda e qualquer sociedade tem os seus valores morais,
isto é, já tem estipulado (mesmo que de forma implícita) o que é certo e o que
é errado, e tais valores podem variar de sociedade para sociedade.
Todo o indivíduo que esteja inserido num meio social adquire de outras
gerações os valores do seu meio de inserção, o que significa que tais valores
são aprendidos e não inatos. Vive-se um período de globalização no qual muitas
culturas encontram-se em contacto, o que implica um certo grau de partilha (ou
fusão) de valores morais. O capitalismo tomou conta de muitas sociedades, o ser
humano está cada vez mais insaciável, quer conquistar mais e mais…mais
dinheiro, mais fama, mais apreciação social, passando por cima de tudo e todos
para alcançar os seus objectivos. E é nesse quotidiano apressado que muitos
valores morais são ignorados, perde-se o respeito pela vida própria e pela de
outrem (esquecemo-nos que a vida em sociedade implica respeito pela vida do
outro).
Na cidade de Maputo (em especial), os valores morais tornaram-se uma miragem…valores como a solidariedade, a honestidade, a
justiça, a sinceridade, o respeito, parecem não mais fazerem sentido. Os
indivíduos fazem o que for possível para se alcançar um determinado objectivo,
fazendo-se de rogados no que concerne a moralidade das suas acções. Parece
funcional viver sem seguir regras porque “cada um faz o que lhe convier”, mas
esquecemo-nos que as consequências das nossas acções, cedo ou tarde, far-se-ão sentir
sobre nós mesmos, essa é uma regra de vida em sociedade (independentemente da
vontade de cada um, as relações sociais estão interligadas…o que afecta alguém,
directa ou indirectamente irá afectar-nos.
Vagueando nas minhas relações sociais oiço constantemente:
No contexto profissional:
-“A Joana ocupa um cargo que eu quero. O meu chefe aprecia-me! Vou seduzi-lo para que ele me coloque no lugar ocupado pela Joana. Se eu não luto pelos meus interesses, ninguém o fará por mim…”
-“A Joana ocupa um cargo que eu quero. O meu chefe aprecia-me! Vou seduzi-lo para que ele me coloque no lugar ocupado pela Joana. Se eu não luto pelos meus interesses, ninguém o fará por mim…”
-Sou casada, mas isso não significa que eu esteja “morta”, por isso tenho
os meus “pitos” (namorados);
-“Sei que o Manuel é casado, mas julgo que ele seja o homem ideal para mim,
por isso vou fazer com que ele se separe da mulher, custe o que custar…”
-“Esses não são tempos de brincadeira, a minha regra é: dinheiro na mão, calcinha no joelho…”
(não me refiro às profissionais do sexo, mas há mulheres de outras condutas)…
-“Eu amo a minha namorada, mas a senhora Carolina (geralmente muito mais
velha) adora estar comigo e banca as minhas despesas, então fico com as duas…”
Estes são apenas alguns exemplos de situações nas quais os valores morais
são totalmente negligenciados. Os indivíduos passam por cima de quem for
preciso para conseguirem o que quiserem e acham isso legítimo… triste!
O mais entristecedor, é quando ainda aparecem indivíduos que preservam alguns
valores morais, mas a sua recompensa é serem vítimas dos que fazem o contrário,
e ainda ouvir: “queres-te fazer de
bonzinho(a) nos dias de hoje? Não vale a pena, serás sempre espezinhado(a)…também já
estive na tua situação, mas fiquei esperto(a) porque hoje as regras da sociedade
são outras…”
Mudem de atitude e adoptem comportamentos
plausíveis…nada está perdido…não se deixem corromper pelo mal. Lembrem-se, o mal
que causam à alguém hoje, será a dor por vocês vivenciada amanhã.
"Nem a arte nem a literatura têm de nos dar lições
de moral. Somos nós que temos de nos salvar, e isso só é possível com uma
postura de cidadania ética, ainda que isto possa soar antigo e
anacrónico." Autor - José Saramago.
Fica esperto!
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